Pouca gente sabe, mas um brasileiro chamado Huberto Rohden, teve a oportunidade de conviver com Albert Einstein na universidade de Princeton, New Jersey (Estados Unidos).
Huberto Rohden nasceu em Tubarão, Santa Catarina, fez estudos no Rio Grande do Sul e se formou em Ciências, Filosofia e Teologia em Universidades da Europa (Áustria, Holanda e Itália).
De volta ao Brasil, trabalhou como professor conferencista e escritor. Publicou mais de 60 obras sobre ciência, filosofia e religião.
Huberto Rohden |
Huberto Rohden:
Os anos de 1945 a 1946 passei na Universidade de Pricenton, Estados Unidos, aceitando uma bolsa de estudos para “Pesquisas Científicas”, oferecida por essa Universidade.
Quase nada sabia eu, até essa data, do maior matemático do século – e talvez de todos os tempos – que lançou as bases para a Era Atômica. Nem mesmo sabia da sua presença em Princenton, pequena cidade derramada no meio de vasto descampado, a uma hora de trem de New York. Cerca de um mês após minha chegada a Princeton, passando um dia pela Mercer Street, meu companheiro mostrou-me um sobradinho modesto em pleno bosque e quase totalmente coberto de trepadeiras, dizendo que lá morava Albert Eisntein.
Mais tarde, em companhia de outro brasileiro, consegui uma rápida visita a esse homem solitário e taciturno. Cabeleira desregrada, barba por fazer, sapatos sem meias, todo envolto em um vasto manto cinzento, com olhar longícuo de esfinge em pleno deserto – lá estava esse homem cujo corpo ainda vivia na Terra, mas cuja mente habitava nas mais remotas plagas do cosmos, ou no centro invisível dos átomos.
Conversar com Einstein seria profanar a sua sagrada solidão.
Mais tatde descobri que ele costumava subir, cada manhã, o morro atrás da Universidade, em cujo topo verde se ergue o Institute for Advanced Studies(Instituto para Estudos Superiores), onde Einstein se encontrava com a equipe atômica – Oppenheimer, Fermi, Bohr, von Braun, Meitner, e outros corifeus.
Durante essa subida, através do bosque, era possível a gente se encontrar com Einstein sem ser importunado. Ele subia quase sempre sozinho, mais cosmo-pensado que ego-pensante. Às vezes, emparelhava eu com o silencioso peregrino sem que ele me visse – tão longe divagava sua mente pelo mundo dos átomos ou dos astros.
Esses encontros solitários eram a única oportunidade para expor as minhas idéias, então ainda embrionária, sobre a misteriosa afinidade entre Matemática, Metafísica e Mística, que mais tarde expus em aulas e livros, com grande estranheza dos de fora.
Já nesse tempo me convenci de que um homem pode atingir os pináculos da mais pura ética sem o recurso a nenhuma religião particular. Einstein era o exemplo vivo de um homem bom e feliz, ele que não professava nenhuma espécie de religião confessional. Era um homem profundamente religioso sem nenhuma. Na teologia era Einstein considerado como “ateu” – mas à luz da verdadeira filosofia era ele um grande “místico”.
Quase nada sabia eu, até essa data, do maior matemático do século – e talvez de todos os tempos – que lançou as bases para a Era Atômica. Nem mesmo sabia da sua presença em Princenton, pequena cidade derramada no meio de vasto descampado, a uma hora de trem de New York. Cerca de um mês após minha chegada a Princeton, passando um dia pela Mercer Street, meu companheiro mostrou-me um sobradinho modesto em pleno bosque e quase totalmente coberto de trepadeiras, dizendo que lá morava Albert Eisntein.
Mais tarde, em companhia de outro brasileiro, consegui uma rápida visita a esse homem solitário e taciturno. Cabeleira desregrada, barba por fazer, sapatos sem meias, todo envolto em um vasto manto cinzento, com olhar longícuo de esfinge em pleno deserto – lá estava esse homem cujo corpo ainda vivia na Terra, mas cuja mente habitava nas mais remotas plagas do cosmos, ou no centro invisível dos átomos.
Conversar com Einstein seria profanar a sua sagrada solidão.
Mais tatde descobri que ele costumava subir, cada manhã, o morro atrás da Universidade, em cujo topo verde se ergue o Institute for Advanced Studies(Instituto para Estudos Superiores), onde Einstein se encontrava com a equipe atômica – Oppenheimer, Fermi, Bohr, von Braun, Meitner, e outros corifeus.
Durante essa subida, através do bosque, era possível a gente se encontrar com Einstein sem ser importunado. Ele subia quase sempre sozinho, mais cosmo-pensado que ego-pensante. Às vezes, emparelhava eu com o silencioso peregrino sem que ele me visse – tão longe divagava sua mente pelo mundo dos átomos ou dos astros.
Esses encontros solitários eram a única oportunidade para expor as minhas idéias, então ainda embrionária, sobre a misteriosa afinidade entre Matemática, Metafísica e Mística, que mais tarde expus em aulas e livros, com grande estranheza dos de fora.
Já nesse tempo me convenci de que um homem pode atingir os pináculos da mais pura ética sem o recurso a nenhuma religião particular. Einstein era o exemplo vivo de um homem bom e feliz, ele que não professava nenhuma espécie de religião confessional. Era um homem profundamente religioso sem nenhuma. Na teologia era Einstein considerado como “ateu” – mas à luz da verdadeira filosofia era ele um grande “místico”.
A zero hora do dia 7 de outubro de 1981, após longa internação em uma clínica naturalista de São Paulo, aos 87 anos, o professor Huberto Hohden partiu deste mudo e do convívio de seu amigos e discípulos.
Tenho um colega em São Carlos que estuda física na UFSCar e é vidrado em "teoria das cordas". Ele me compartilhou comigo alguns conhecimentos sobre Einstein, leu muito sobre ele e tem uma opinião bem crítica. Segundo meu amigo, Einstein não entendia muito sobre matemática e teve ajuda de sua esposa e alguns amigos para desenvolver suas teorias. Ele desacredita em alguns escritos, e julga algumas suposições. Ele me fez mudar a visão que tinha, já que eu visualizava Einstein como alguém que criou hipóteses que ajudaram a dar coerência à Física. Enfim, parabéns pelo blog, eu sempre apoio quem opta por rabiscar ideias! Um grande beijo :)
ResponderExcluirA opinião crítica de seu colega é válida, claro, e essa visão é importante para a história da ciência.
ResponderExcluirNinguém inventa nada, apenas se descobre as combinações das coisas que já existem. O bolo sempre existiu, o que faltava para ele ser descoberto, era alguém juntar os ingredientes corretos. O grande mérito de Einstein não era a sua inteligência, mas sim a sua sutileza, ele sabia como procurar pelos ingredientes para fundamentar suas teorias. Na verdade, ele não procurava pelas respostas, mas, se preparava para recebê-las. Ao invés de buscar a água da fonte da sabedoria, como muitos tentavam fazer, Einstein apenas criava um caminho para que a água da fonte fluísse até a sua morada.
“Penso 99 vezes e nada descubro. Deixo de pensar, mergulho no silêncio, e a verdade me é revelada."
Essa frase de Einstein tem mais segredo do que se possa imaginar!
Mas é claro, Einstein também se apoiou em ombros de gigantes, é assim que a ciência caminha.
Valeu Alexia, "Força Sempre"